Na falta do que postar, eis a continuação do conto. Relembrando: um parágrafo para cada autor. Respectivamente: Ailton, Luísa, Rachel e eu fiz o último. Só não me resolvi quanto ao título, mas coloquei um provisório:
Traição
"Adeus, Rê. Eu te amo". A frase martelava na cabeça enquanto corria o mais rápido que podia. Mas tinha a impressão que estava em câmera lenta. O prédio dela ficava a apenas cinco quadras, mas parecia um caminho sem fim. Renè sabia que não era a melhor hora para ter acabado o namoro, mas também não esperava uma atitude dessas de Keila, que tinha se mostrado tão equilibrada durante toda a relação. Enquanto corria de pijamas pelas ruas desertas, a frase martelava.
E por que ela não tentara se explicar, não chorara, não implorara perdão? Só a despedida e aquela declaração de amor, limpa, crua, sem rebuço nenhum. Caminhando, Renè era dominado pelos mais absurdos pensamentos e justificações infundadas. Talvez pelo seu estado de perturbação, ou por ser tudo ainda tão recente, não conseguia lembrar-se com exatidão do que havia acontecido. As cenas passadas corriam-lhe e fugiam-lhe à memória, e não sabia se boa parte daquilo era invenção de sua cabeça. Precisava, antes de tudo, acalmar-se e pensar com clareza sobre o episódio.
Enfim, Renè chegara em casa. Olhou os móveis, a sala, o quarto, e a cama onde diversas vezes se entregaram à paixão a ao prazer. Tudo naquela casa lembrava sua amada e conviver com tais lembranças era muito difícil. Há dias que não se viam, mas o último adeus soou como um golpe em seu coração. E eis que não agüentando se ver perdido em pensamentos conflitantes, desceu o lance de escadas, que nem se lembrava como o tinha subido, e atravessou ruas movimentadas sem rumo definido. Sua vontade, porém, o chamava de volta à casa de Keila, naquela tarde chuvosa e acinzentada.
Já de longe, Renè percebeu uma movimentação no estacionamento do prédio. Ao aproximar-se, viu por entre as pessoas alguém deitado no chão. À medida que ia chegando mais perto do tal corpo, ouvia palavras como "pulou", "sétimo" e "morta", o que lhe fazia acelerar o passo, instintivamente. Não demorou para notar que aquela ali no chão era a Keila. De repente, tudo começou a tremer e o que era câmera lenta agora era um borrão a óleo. "Por que ninguém faz nada?", Renè repetia para si enquanto olhava para todos a volta, inertes. Imerso na náusea do total desconcerto, Renè reconheceu em meio aos curiosos a melhor amiga de Keila, a Emily. "Assim que você saiu daqui, ela me ligou. Disse que soube do que fizemos naquela festa", falou ela com uma feição entristecida, fitando o par esquerdo da sandália de Keila que se soltara na queda.
E por que ela não tentara se explicar, não chorara, não implorara perdão? Só a despedida e aquela declaração de amor, limpa, crua, sem rebuço nenhum. Caminhando, Renè era dominado pelos mais absurdos pensamentos e justificações infundadas. Talvez pelo seu estado de perturbação, ou por ser tudo ainda tão recente, não conseguia lembrar-se com exatidão do que havia acontecido. As cenas passadas corriam-lhe e fugiam-lhe à memória, e não sabia se boa parte daquilo era invenção de sua cabeça. Precisava, antes de tudo, acalmar-se e pensar com clareza sobre o episódio.
Enfim, Renè chegara em casa. Olhou os móveis, a sala, o quarto, e a cama onde diversas vezes se entregaram à paixão a ao prazer. Tudo naquela casa lembrava sua amada e conviver com tais lembranças era muito difícil. Há dias que não se viam, mas o último adeus soou como um golpe em seu coração. E eis que não agüentando se ver perdido em pensamentos conflitantes, desceu o lance de escadas, que nem se lembrava como o tinha subido, e atravessou ruas movimentadas sem rumo definido. Sua vontade, porém, o chamava de volta à casa de Keila, naquela tarde chuvosa e acinzentada.
Já de longe, Renè percebeu uma movimentação no estacionamento do prédio. Ao aproximar-se, viu por entre as pessoas alguém deitado no chão. À medida que ia chegando mais perto do tal corpo, ouvia palavras como "pulou", "sétimo" e "morta", o que lhe fazia acelerar o passo, instintivamente. Não demorou para notar que aquela ali no chão era a Keila. De repente, tudo começou a tremer e o que era câmera lenta agora era um borrão a óleo. "Por que ninguém faz nada?", Renè repetia para si enquanto olhava para todos a volta, inertes. Imerso na náusea do total desconcerto, Renè reconheceu em meio aos curiosos a melhor amiga de Keila, a Emily. "Assim que você saiu daqui, ela me ligou. Disse que soube do que fizemos naquela festa", falou ela com uma feição entristecida, fitando o par esquerdo da sandália de Keila que se soltara na queda.
E um feliz 2004 para todos.
9 comentários:
A primeira do último? =)
Que o ano do pato seja tudo de muito bom pra vcs!! =*****
Paula
d-o c-a-r-a-l-h-o!!!! ;D acho que é o melhor conto que a gente já fez ^^ só ficou trágico, mas eu gosto de coisas assim ;D
Luísa
Feliz novo ano, pretinho! :-*
NN | Homepage
Só posso repetir as palavras de Luisa! Tua parte começou meio q óbvia, saca... Eu nem tava gostando, mas quando li o desfecho!!!!!!!! d-o-c-a-r-a-l-h-o!
agente 106
Hehe, agora que eu vi que Aílton falou primeiro em ruas desertas. E eu depois disse que tavam movimentadas... Tsc, tsc... Incoerência...
Pra tu também!:)
Muda então pra ruas desertas no meu parágrafo!
Beijo!
Ovelhinha® | Homepage
Não gostei muito... a mulher descobre que o namorado a traiu com a própria amiga e se atira da janela. Clichê, não? Feliz Ano Novo pra todos!
Breno
Breno, foda-se. Sem querer agredir, claro.
ailton
Claro, claro. Sem agressões. Até porque a época nào permite.
NN
eu concordo com breno, mas gostei do final tb.
Agente Laranja
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