domingo, 30 de novembro de 2003

Doces


Felizmente, não tive que me virar nos trinta pra filmar a tal cerimônia lá (um primo foi filmar enquanto eu completava meu sono...). Depois, durante a festa aqui em casa, me toquei de algo... Será que o bolo era doce demais ou meu paladar está mais sensível?

Já faz um tempo que tenho fugido de doces. Sei lá, ando me enjoando fácil com demais guloseimas tipo chicletes, confeitos, pirulitos... Tudo isso já me foi bastante corriqueiro (uma alegria pros dentistas). Mas hoje só o cheiro de determinadas balas me dá repulsa. Quem eu aboli primeiro foram as pastilhas Halls, e não pelo sabor. As tais me causam dores no fígado, semelhante àquela dor que dá na ressaca ou quando se bebe um pouquinho a mais da conta...

Futilidades a parte, me vieram as inquietações: sabe-se que quando você vai envelhecendo a visão vai piorando, a audição perde a potência... Mas o paladar? O paladar sofre alterações no funcionamento ao passar dos anos? Será que uma comida provada na infância e depois aos 20 ou aos 40 ou aos 70 anos, tem o mesmo sabor?

Pode ser que, no meu caso, seja só a parte que capta o doce que esteja com problemas... Só vou me preocupar mesmo quando tiver recusando chocolate...

É no mínimo pitoresco: festa de família, meninas que acabaram de fazer a primeira comunhão e no som: "Beijo na boca é coisa do passado, agora a moda é: é namorar pelado!". Vai entender...


Argh



São quase seis da manhã e eu acabei de chegar. Na falta do que postar e em prol da periodicidiade, apelarei para a quebra das unhas, passando a programação deste domingo: às nove da manhã será a primeira comunhão da minha irmã (da qual talvez eu seja o cinegrafista), e na sequência haverá uma recepçãozinha aqui em casa. Bom, tenho que ir agora. Preciso ir ali no espelho ensaiar alguns sorrisos...

Descobri que preciso aprender a tocar músicas de MPB, tipo Chico, por exemplo... "o que será que será que vive nas idéias desses amantes? Que cantam os poetas mais delirantes?"


sábado, 29 de novembro de 2003

Démodé


Hoje me ocorreu uma idéia... Será que um dia blog vai ser coisa cafona?

Imaginei um dia em que nós já adultos, donos de casa, preocupados com as taxas de juros e as emendas constitucionais, falaremos entre risos de desdém: "Ah, eu também tinha meu blog". Penso se o fenômeno do blog não é só mais uma daquelas frivolidades que nos pega em algum ponto da vida.

E já houve muita coisa que numa hora foi a hype e que hoje não passa de uma lembrança envergonhada. Calça rasgada, basqueteira com a língua gigantesca, caderno de respostas, piercing no umbigo...

Moda ou não, uma coisa é certa: existe muito blog interessante. Mesmo que o idealizador não seja lá tão interessante, às vezes o blog consegue ser, e isso é muito legal. Até pessoas tidas como interessantes têm blogs. O fato é que todo mundo tem blog, seja lá quem seja ou o que faça. Usando já uma expressão démodé: "Tá tudo dominado!". Todo tipo de gente tem blog agora, de talentos literários anônimos à atores, escritores profissionais, músicos, vagabundos, gente que tá viajando. Nunca vi blog de jogador de futebol...

Os servidores dos blogs já não estão suportando o volume crescente de blogs criados, o que vem causando bugs constantemente.

Até quando os blogs resistirão? Será que sumirão como os Mini-Games de 9.867.362 de jogos? Será que se sofisticarão, ganhando versões portáteis ou aptas a serem enviadas em cartões de natal? Será que virarão estampas holográficas em camisas plásticas? Será que os veremos da mesma forma que vemos filmagens antigas de nossos aniversários?

Para finalizar de um jeito démodé: "Só o tempo dirá..."

E o complô continua. Eu jantava tranqüilamente assistindo ao Sexo Frágil quando no programa toca uma música. Quem a cantava? Ele denovo, o mestre Chico. Por um instante me desconcentro do programa, do prato de sopa, de tudo... "Do latim..."


sexta-feira, 28 de novembro de 2003

Musical


1) Estou começando a gostar daquela música da abertura da novela "Chocolate com Pimenta". Ouvi falar que é a Débora Blando no vocal. Legalzinha...

2) Saiu na Revista Rolling Stone:

Top 500 Ever

1. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, The Beatles
2. Pet Sounds, The Beach Boys
3. Revolver, The Beatles
4. Highway 61 Revisited, Bob Dylan
5. Rubber Soul, The Beatles
6. What's Going On, Marvin Gaye
7. Exile on Main Street, The Rolling Stones
8. London Calling, The Clash
9. Blonde on Blonde, Bob Dylan
10. The Beatles ("The White Album"), The Beatles

3) Como se não bastasse eu passar o dia todo ouvindo Chico Buarque, o programa "Linha Direta" (cujo o tema foi o assassinato de uma feminista durante a ditadura), teve como trilha várias músicas do referido compositor. Só lembrei de uma pessoa...


quinta-feira, 27 de novembro de 2003

Elevador

Edifício Empresarial Atrium, por volta das 4 da tarde. Íamos minha prima e eu até a Agência Tríade, localizada no referido prédio, para deixar uns currículos, fazer cadastros e cumprir todas as formalidades impostas a nós, aspirantes a um emprego. Uma placa na recepção dizia "AGÊNCIA TRÍADE - SALA 406". Naturalmente, nos dirigimos ao elevador e eu apertei o botão "desce", que não acendeu ao meu toque. Apertei novamente e nada. Desisti.

Não dei mais importância ao botão. Deveria ser só um pequeno defeito operacional, nada que pudesse interferir no destino de ninguém... Pelo marcador digital do elevador, deu para ver que ele havia subido até o 5º andar e que agora estava descendo. Chegaram mais algumas pessoas para pegar o elevador e, entre elas, um homem que já chegou apertando o tal botão com uma truculência que nem um botão ousaria refutar. Acendeu.

Após uma pequena demora no 1º andar, o marcador indicou que o elevador enfim havia chegado ao térreo, lá simbolizado pela letra "P" (que por mim deveria ser um "T", mas que eu acho que é "P" por causa de "Pavimento"). Estranhamente, a porta não abre. Deu-se àquela demora estranha, perceptível. Ao ver que não havíamos entrado no elevador, o porteiro veio com uma cara do tipo "droga-lá-vamos-nós-denovo" e abriu as portas externa e interna do elevador manualmente, no braço mesmo.

O elevador havia parado entre o primeiro andar e o térreo, e lá dentro, um senhor assustado não sabia o que fazer. Com um pouco de dificuldade, o senhor, vermelho feito um camarão, conseguiu saltar de lá de dentro, enquanto o porteiro tentava acalmar os ânimos soltando um "Esperem, que eu vou ali" e saindo com uma postura de solucionador de problemas.

Atônito, o grupo que esperava o elevador se manteve calado. Eu ainda pensei em perguntar ao porteiro se aquilo era normal mas não abri a boca. Um outro senhor que estava ao meu lado disse:

- Sabem de uma coisa: Seguro morreu de velho!

E assim, o senhor deu a deixa que todos esperavam e liderou a comitiva escada a cima. Espirituoso, o senhor ainda conseguiu dizer durante a subida: "Eu estou indo no cardiologista mesmo... Qualquer coisa ele já resolve agora". Para a sua sorte, o seu médico era logo no segundo andar, enquanto a agência onde eu ia ficava dois andares depois.

O atendimento na agência é só pela manhã e eu não consegui entregar o currículo, mas pelo menos fiz algum exercício.

terça-feira, 25 de novembro de 2003

Paciência


Foi tosco. Subi no ônibus e logo que me sentei meus ouvidos foram atingidos por uma saraivada de sons renitentes e dissonantes. Só conseguir ver a origem do barrulho algum tempo depois: um grupo de meninas, acomodado na parte da frente do ônibus, cantando da forma mais apaixonada e irritante do mundo.

Para o que eu considero ser uma pessoa antenada, eu acho que estou perto de sê-lo. Mas hoje, senti minha auto-estima musical ser abalada da forma mais traiçoeira e humilhante possível. As tais meninas conseguiam cantar músicas que eu jamais havia ouvido na vida! E todas cantavam com uma fluência... Sabiam estrofe por estrofe, as letras de ponta a ponta, completinhas. Não que as músicas fossem imprescindíveis para a formação de um gosto musical ou tivessem uma riqueza estética daquelas de te fazer comprar o disco. Mas ainda assim, me senti "marginalizado", como um gringo que é alvo de piadas de nativos.

O mais estranho era que todas no grupo ostentavam bobs nos cabelos. Todas, umas seis ou sete, com as cabeças lavradas de bobs de todos os tamanhos. Pareciam clones umas das outras, todas com a mesma voz e cantando no mesmo tom.

Felizmente, elas desceram bem antes de mim.

E é aí que me vem uma idéia: o poder do grupo. Isto já deve ter sido, e foi, tema de diversas teses mundo a fora ao longo da história. Não precisa ser tão perspicaz para perceber isso. Duvido que se estivessem pelo menos em duas, elas ousariam soltar a voz, forçando o ônibus inteiro a aturar àquela cantoria esganiçada. A "aura" que um grupo possui é realmente algo forte. Ali não estão mais pessoas, mas sim uma massa, um ser só, uma entidade com vida própria.

Vai ver que foi isso que me impediu de soltar um sonoro "CALEM A BOCA AÊ, POR FAVOR!". Por serem muitas, a probalidade de uma resposta desconcertante é maior. E ainda poderia vir uma vaia à tira colo. Tem problema não. Agüento calado.



segunda-feira, 24 de novembro de 2003

Re-recomeço

Eu não tenho muito o que dizer... Na verdade, tenho sim: webdesign é coisa pra f.d.p!

E que ninguém reclame do template! Gostei e vou demorar a mudar essa p****!

Morada

Quando os homens chegaram , encontraram Dona Lourdes na cozinha, sentada à mesa. A idosa olhava para o quintal, indiferente às grossas rach...