Mary é uma menina tímida e solitária que mora na Austrália e vive negligenciada pelos pais. Pais, aliás, que passam longe de serem exemplos edificantes. Max é um solteirão de 40 e poucos anos que mora num apartamento no subúrbio de Nova York e tem muita dificuldade de se relacionar com quem quer que seja.
É a partir do encontro desses dois personagens que a animação Mary & Max (2009) se desenrola. Após pegar o nome dele numa lista telefônica, Mary decide escrever para o dono daquele nome engraçado (Max Horowitz), com quem passaria a se corresponder num ritmo cada vez mais intenso. Apesar de viverem a mesma solidão, de carregarem uma certa fragilidade diante do mundo, e de não serem exatamente exemplos de pessoas fortes, vencedoras e bem resolvidas, aos poucos um vai encorajando outro a confrontar os próprios traumas e medos de uma forma inédita. De repente, Mary e Max vêem suas rotinas sendo alteradas para sempre por aquela coisa que eles nunca haviam conhecido: a amizade.
Naquelas trocas de cartas, um vai percebendo que tinha muito a aprender com o dia a dia do outro, fascinados à princípio com suas realidades tão diferentes mas que aos poucos se revelam dolorosamente semelhantes. E é na revelação da intimidade que está a grande sacada do filme: espertamente ambientado em meados dos anos 70, numa época bem anterior a ICQ, mIRC, e MSN, o seu tom de “Era uma vez” o torna quase um conto de fadas moderno, sobre contatos virtuais. Assim como alguém que entra num bate-papo e se depara com uma pessoa com interesses semelhantes, e daí passa a trocar confidências num Messenger, Mary e Max atingem um nível de cumplicidade que jamais tinham alcançado com pessoas com quem conviviam. É a crônica de uma idiossincrasia do ser humano que a Internet só amplificou: muitas vezes é mais fácil se abrir com alguém que está a quilômetros de distância do que com aqueles que dormem sob o mesmo teto que você.
Virtual ou não, é sobre o contato, sobre empatia e a falta dela que Mary e Max está apoiado. Ao contrário de outras animações, o grande atrativo do filme está na história, na narração - comovente do início ao fim -, e nem tanto nas cores nem no visual, embora eles sejam elementos fundamentais para entender a falta de graça da vida dos protagonistas. Mas ao mesmo tempo em que o mundo se mostra hostil para ambos, o filme faz questão de lembrar que para quebrar a casca do isolamento é só questão de dar primeiro passo. Ou, no caso, de mandar a primeira carta.
É a partir do encontro desses dois personagens que a animação Mary & Max (2009) se desenrola. Após pegar o nome dele numa lista telefônica, Mary decide escrever para o dono daquele nome engraçado (Max Horowitz), com quem passaria a se corresponder num ritmo cada vez mais intenso. Apesar de viverem a mesma solidão, de carregarem uma certa fragilidade diante do mundo, e de não serem exatamente exemplos de pessoas fortes, vencedoras e bem resolvidas, aos poucos um vai encorajando outro a confrontar os próprios traumas e medos de uma forma inédita. De repente, Mary e Max vêem suas rotinas sendo alteradas para sempre por aquela coisa que eles nunca haviam conhecido: a amizade.
Naquelas trocas de cartas, um vai percebendo que tinha muito a aprender com o dia a dia do outro, fascinados à princípio com suas realidades tão diferentes mas que aos poucos se revelam dolorosamente semelhantes. E é na revelação da intimidade que está a grande sacada do filme: espertamente ambientado em meados dos anos 70, numa época bem anterior a ICQ, mIRC, e MSN, o seu tom de “Era uma vez” o torna quase um conto de fadas moderno, sobre contatos virtuais. Assim como alguém que entra num bate-papo e se depara com uma pessoa com interesses semelhantes, e daí passa a trocar confidências num Messenger, Mary e Max atingem um nível de cumplicidade que jamais tinham alcançado com pessoas com quem conviviam. É a crônica de uma idiossincrasia do ser humano que a Internet só amplificou: muitas vezes é mais fácil se abrir com alguém que está a quilômetros de distância do que com aqueles que dormem sob o mesmo teto que você.
Virtual ou não, é sobre o contato, sobre empatia e a falta dela que Mary e Max está apoiado. Ao contrário de outras animações, o grande atrativo do filme está na história, na narração - comovente do início ao fim -, e nem tanto nas cores nem no visual, embora eles sejam elementos fundamentais para entender a falta de graça da vida dos protagonistas. Mas ao mesmo tempo em que o mundo se mostra hostil para ambos, o filme faz questão de lembrar que para quebrar a casca do isolamento é só questão de dar primeiro passo. Ou, no caso, de mandar a primeira carta.