domingo, 29 de maio de 2005

saudações

Gleydson você pode não sabe mais você é o grande amor da Minha vida eu te amo gato, gostoso, você deve estar se Perguntando quem será essa tal admiradora secreta, será que eu a conheço, a resposta é simples você me conhece sim de vista.

Gledyson pode acredita você é o Primeiro boyzinho que eu amo de verdade Pode acreditar gatinho eu te amo...

obs: se você estiver achando, que isso é uma brincadeira, nunca se iluda, por quê isso não é uma brincadeira, ou você acha que eu ia perde Meu tempo gastando folha de caderno, é tinta de lápis só prá se diverti as suas custas nunca se iluda, Por quê eu nunca seria capaz de brincar com os seus sentimentos.

atenção: gleidson você tem que ser preso imediatamente, porquê você roubou Meu Coração.

domingo, 22 de maio de 2005

Sem flocos


Passo após passo, firmes passos, estava quase lá. O monte não era tão íngreme. Todos aqueles agasalhos, casacos novos, dificultavam a subida, eram obstáculos necessários, e superáveis. Aquela era a noite mais fria do ano, doze graus negativos. Isso também não era obstáculo. Derrapa o sapato, esfria o nariz, o destino é pra frente, pra cima. Havia percorrido milhares de quilômetros, estava na casa do primo havia dias, dias de esperas, dias de ânsias, só por aquele momento. E as pernas doíam, a boca estava ressecada, mas nada de desistir, a vontade não falha. Nos outros anos não teve como, mas naquele ele fez o que pôde para estar ali, no inverno, onde ele sabia que já tinha nevado. Neve. Viu na TV: "Os meteorologistas dizem que a possibilidade de nevar hoje, mesmo nos lugares mais altos, é mínima". O olhar cintilou. Que felicidade. Finalmente ouvira falar de neve ali, e naquela noite, seria o dia há muito esperado. E seu primo, Sérgio, lhe acompanhava, a contragosto, pelo gosto dele, naquela subida, naquela possibilidade. Tudo porque queria porque queria ver neve, pegar, sentir, provar, para depois guardar a neve num cantinho quente e seguro, nem que fosse na memória, onde nunca derreteria.

De repente, a grama rala debaixo dos pés deles começava a se esbranquiçar, e ele apontava para baixo, apontava para cima, pedaços do céu, Sérgio, pedaços do céu, dizia, num riso chorado, de rosto vermelho, coração que batia violento. Sérgio ia mais atrás, indiferente, geada, geada, Sérgio discordava. Mas o outro apressara o passo, pulando, um pular infantil, de braços abertos, contentes, é festa, é o cume, brilhoso, o ponto mais alto, mais perto do céu. E a neve é aqui. Mas chegou, e nada de flocos caindo, não, nada, nada, quem caiu foi ele, caiu de joelhos. Olhos no céu opaco, olhos na grama de vidro, mãos na grama, nos cristais, era gelo, cadê a neve fofinha que não cai, cadê as plumas das nuvens, e Sergio só reclamava do frio, tá muito frio, mas o outro sentiu um calor, súbito. Era hora de voltar para casa, Sérgio reclamava, mas seu primo não se levantou, foi de cara no chão e ficou. Neve, será que vai nevar, ainda disse isso, suspirando, respirando pouco, e parando, Sergio correu, chegou depois. Depois da hipotermia, foi falta de costume com frio, foi falta de agasalho decente, não agüentou o coitado, nem viu a sua neve, que não caiu mesmo.

domingo, 15 de maio de 2005

Dessa vez


Dessa vez eu prometo
Que vou mudar o meu jeito
E vou tentar fazer direito
O que eu nunca acertei.

Dessa vez eu garanto
Que vou ficar tão santo
Que vou te causar espanto
Pelo tanto que já mudei.

Dessa vez eu te digo
Que dessa vez eu consigo
Que não vai ter nem perigo
De eu pôr tudo a perder.

Dessa vez eu te juro
Que nunca mais te procuro
Que vou bancar o maduro
E vou tentar te entender...

sábado, 7 de maio de 2005

Cora Norat


Espero que goste. Com amor, da tua eterna, Cora Norat.

Só em casa Danilo foi notar a dedicatória na capa do disco que comprara. A princípio não gostou daquela inscrição na capa do seu Led Zepelin 4. Porém, com o tempo, começou a passar uns minutinhos pensando como seria aquela desconhecida de escrita objetiva e bom gosto musical.

Meses mais tarde Danilo dirigia-se para a sala onde faria o seu primeiro vestibular. Sua tranqüilidade o abandonou quando deu com o indicador no nome dela bem acima do seu na lista fixada na porta. Tomou seu lugar e ficou vendo qual daquelas garotas poderia ser a tal Cora, a sua Cora, a Cora. Corinha, porquê não? Alguma tinha de ser ela, não haveria numa cidade duas Coras Norats...

Só descobriu quem era a Cora meses depois da aprovação, durante uma chamada já na primeira semana de aulas na universidade. Danilo não lembrava de tê-la visto no dia da prova. Como aquela menina tão atraente ali do seu lado lhe passara desapercebida naquele dia? Após o espanto, afligia-se agora sem saber como se aproximaria dela, apesar da certeza de que iriam ficar amigos (ou até mais que isso). "Led Zepelin, arquitetura, All Star... É afinidade demais, não pode dar errado..."

Depois de ouvir a história, Cora ficou puta por ele ter achado num sebo o disco que dera ao ex-namorado. E com comentários frívolos sobre relacionamentos, a conversa entre eles cessou pra nunca mais ser retomada. Danilo não fez mais questão. Ela era muito chata.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Possibilidade


Moravam os três numa casa de dois cômodos. A casa era distante de tudo, num estado de fronteiras tão incertas quanto a época das chuvas. Os três subsistiam, viviam por si próprios, em dias que começavam ainda escuros. Ferviam água de barreiros, cavoucavam uma terra teimosa, tomavam leite de uma cabra doente, e a insalubridade daquele viver contrastava com as suas longevidades. Só sentiam os anos passarem à medida que iam perdendo dentes.

E falando em tempo, já estavam ali havia tanto tempo que nem lembravam dos graus de parentesco. Nem se lembravam mais quem era mãe de quem, ou mulher, ou irmão, ou quem viera de passagem. Conversa não havia, e mesmo que houvesse, ninguém ia se preocupar em estar evocando um passado que talvez nem tivesse existido. Nunca houve passado. Só havia um presente, e naquele presente, a presença de ódio mútuo. Parecia inacreditável que três pessoas, tendo apenas a si mesmas num raio de milhares de quilômetros, pudessem se odiar tanto.

quarta-feira, 13 de abril de 2005

O cavaleiro e a donzela na torre (II)


Meu bem, não se iluda
Já me meti nesses enganos
Uma vez fiz tantos planos...
Fiquei burra, surda, muda,
Cega, doida, de verdade,
Com a possibilidade
Uma coisa absurda...
Era pouco o encanto
E nem era para tanto
Não durou uma só chuva:
Ergui o castelo e no fim
Ele caiu em cima de mim!

domingo, 3 de abril de 2005

O cavaleiro e a donzela na torre (I)


Balança minha rede
E mata essa sede
Que não sei se tenho.
Tá bom, não se gabe
Eu sei que você sabe
Porque sempre venho.

Poxa, vê se não some
E mata essa fome
Que não sei se é minha.
Não me transtorne...
Apenas transforme
Minha vida mesquinha.

Eu quero ficar pasmo!
Vamo sair do marasmo
E dessa piscina rasa.
Olha, não tem mistério:
Não me leve a sério
Só me leve para casa.

Morada

Quando os homens chegaram , encontraram Dona Lourdes na cozinha, sentada à mesa. A idosa olhava para o quintal, indiferente às grossas rach...