
Ela também não é do tipo que se preocupa com coisas elevadas, como a causa feminista, o conceito de Deus ou os males que as corporações causam ao mundo - ela só sabe o que quer e do que gosta. Por exemplo, evita praça de alimentação de shopping, não pela comida, mas pelo barulho, acha invasivo demais. No meio de multidões sente-se desolada, anulada enquanto gente, e indefesa. Prefere mesmo a paz de um boteco, com um garçom prestativo com quem pode fazer amizade, e a quem chamará por nomes errados, de propósito, matando de rir todos em sua volta. Mas ela gosta de bares mais porque pode ouvir e ser ouvida, e dependendo do humor, deixar na mesa guardanapos com perguntas tipo “É possível ser infeliz?” ou “Você sonha ou espera?”.
A blusa dos Smiths, surrada, o rabo de cavalo e a ausência de cosméticos aparentam desleixo, mas sem querer ela dá uma pista: “olhe com cuidado”. E quando sua mãe encrenca com suas sandálias baixas, ela retruca, fazendo pose de diva: “não preciso levantar minha bunda, sou gostosa do meu jeito”. É isso que eu gosto em Elisa: às vezes ela pode ser boba, mas tola, jamais.
2 comentários:
gatinha
Há um pouco de Elisa em mim. Sem nenhuma viadagem! =)
Postar um comentário