quarta-feira, 12 de maio de 2010

Que maravilha: o futuro é mais pra lá

O último dia 09 de maio vai ficar na lembrança como o dia em que dei meu salto tecnológico particular, quando coloquei os óculos e atravessei o portal para o futuro glorioso do cinema: vi meu primeiro filme em 3D. Na verdade, nem foi tudo tão glorioso assim, a começar pelo filme. Após anos de intensas expectativas, “Alice no País das Maravilhas” (2010) chega aos cinemas carregando nos créditos a assinatura de Tim Burton, ou seja, eu tinha que ir ver. Acompanho o cara faz tempo, e pra mim ele é um dos poucos nomes na indústria atual que ainda conseguem fazer um cinema de autor como Tarantino, Fernando Meirelles, Irmãos Coen, e outros gatos pingados.

Sabendo disso, veio a surpresa ao perceber que “Alice” pisa um pouco fora dessa linha que Burton construiu desde “Edward Mãos de Tesoura”. A idéia de situar a história numa época alternativa a dos livros foi uma boa, a direção de arte esteve primorosa, maquiagem, há algumas sacadas nos diálogos, mas fica por aí. Além da história rasa, faltou um pouco daquela malicia, daquele tom sinistro, daquela “melancolia do bizarro” que a gente viu em outros filmes em que Burton esteve envolvido (Batman, O estranho mundo de Jack, Coraline). Só não dá pra saber se isso foi iniciativa dele ou dos produtores. O fato é que ao priorizar a ação ao invés de trabalhar os personagens, e depois chegar a uma resolução semelhante a de "Avatar" (chichezaço), Burton fez um filme sem nada lá muito inquietante, que pode muito bem embalar um feliz fim de semana em família, mas que dificilmente vai marcar uma época, uma geração.

E é esta geração que está vendo a chegada do 3D, vendido como se fosse a passagem para uma nova etapa no cinema, a exemplo da adição do som e depois da cor (se bem que o impacto do som foi maior). No nível em que está, pelo menos nesse filme, a presença do 3D não chegou a ser determinante para a compreensão da história. Pelo contrário, parece que eles criaram umas cenas e focaram nuns objetos só para terem onde utilizar o novo recurso (como as aparições de merchandisings em novelas). Enfim, com ou sem as partes em 3D, o entendimento do filme não seria diferente. Mas sendo otimista, dá pra achar que o 3D é um negócio que ainda está em desenvolvimento, e que só mais pra frente é que a gente vai saber tudo o que ele pode oferecer em sua plenitude, enquanto ganho estético. Por enquanto, é apenas a entrada da toca do coelho.

5 comentários:

caso me esqueçam - luci disse...

perdao pelo comentario de fa apaixonada, mas johnny depp sempre me fara ir ao cinema pra ve-lo hihihihi (eh, mesmo maluco e de chapeu) :D

proxima semana eu vou ver o filme!

Bruno R disse...

mas johnny depp sempre ta maluco..

.ailton. disse...

Luis, sendo o 3D um recurso unicamente de imagem, eu nao podia esperar nada mais além disso. Quando é que o 3D vai ajudar a construir a história, ou a tornar o personagem mais complexo? Nunca.

O 3D foi uma invenção do cinema enquanto produto de massa, destinado ao público "jovem", para embelezar as cenas. Avatar que o diga, sem o 3D, é um filme ruim da cebola. Nem chega a ser medíocre. E eu nem o vi em 3D.

::: Luís Venceslau disse...

Avatar é um lixo mesmo, mas eu acho q tem como usar 3D de uma forma q enriqueça o filme, não apenas como acessório. Tipo em trechos específicos, pra sublinhar uma realidade paralela, ou um certo estado de consciência, ou outra dimensão, um ponto de vista.. A questão é aparecer alguém q invista no 3D de uma forma q vá além do apelo visual, oq não é impossível.

Bruno R disse...

concordo com luis

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