Campina Grande é diferente de João Pessoa até nisso. Aqui na serra todo mundo meio que vive ligado em 220 volts, é um constante acirramento, todo dia é dia de Treze e Campinense, independente de ter jogo, independente de ser futebol. A própria geografia inspira isso, é toda instável, tem sempre uma ladeira, uma subida forte, uma descida brusca, diferente das emoções planas e sem sobressaltos que tomam conta dos ares da capital. Que é onde eu vou estar neste domingo, mas não sem ficar de olho nos boletins da apuração depois das 17 horas.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
É desespero, é desespero...
Campina Grande é diferente de João Pessoa até nisso. Aqui na serra todo mundo meio que vive ligado em 220 volts, é um constante acirramento, todo dia é dia de Treze e Campinense, independente de ter jogo, independente de ser futebol. A própria geografia inspira isso, é toda instável, tem sempre uma ladeira, uma subida forte, uma descida brusca, diferente das emoções planas e sem sobressaltos que tomam conta dos ares da capital. Que é onde eu vou estar neste domingo, mas não sem ficar de olho nos boletins da apuração depois das 17 horas.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Welcome to the jungle
A cara que o senhor Antunes fez na frente do computador foi a coisa mais engraçada que Paulo tinha visto na vida.
- Como você conseguiu isso?
- Digamos que alguém lá em cima gosta muito de mim. Ou alguém lá em baixo, vai saber.
Não dava pra saber mesmo. No dia que fora demitido, Paulo encontrara um celular no chão do elevador. Só uma semana depois, num acesso de tédio, é q foi vasculhar o celular e quase teve um enfarto quando deu de cara com várias fotos de Juliana. As fotos não teriam nada demais se não fossem da filha do seu ex-patrão fazendo um strip-tease em 32 fotos altamente lúbricas. Na hora não viu outra destinação para aquelas fotos: era o que lhe daria seu emprego de volta.
- Não sabia que tinha dom para chantagem. – Disse um amigo.
- Nada. Questão de sobrevivência, saca?
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Infausta solução
Até poderia valer se à sua frente não estivesse Carminha com o seu séqüito de cupinchas armados para caça. Iam atrás da cabrocha que estava de namorico com seu marido. O dito que prometera o mundo para Estelita, e que agora fugia sozinho, deixando mala, Carminha, Estelita, e tudo mais para trás. De uma amiga lhe arrancaram o nome, e também pararam atônitos quando viram a própria vir correndo bem na direção deles. Sob o comando de Carminha, armaram a mira, foi quando Estelita parou.
Estelita ainda quis acreditar que havia uma saída, pela rua lateral, talvez. Isto se lá não estivesse o bando de Felinto que acabara de entrar na cidade disposto repor-se de mantimentos e, na saída, sacudir até o último vintém dos moradores. Pela cara deles, não havia polícia no mundo que pudesse lhes impedir. Muito menos os doze soldados que agora se punham de frente pra eles formando, então, junto com os homens de Carminha e os do pai de Estelita, um quadrilátero cujas principais linhas de tiro se entrecruzavam no ponto em que a cabeça da menina estava.
Um silêncio típico daqueles que antecedem desgraças se esparramou pela praça, e o vento, que açoitava os ouvidos, parou como se prendesse a respiração. Eram quatro e meia da tarde, e quando Robério, o homem mais novo de Felinto, se alvoroçou para dar o primeiro de uma série interminável de disparos, uma pedra do tamanho de um caminhão veio zunindo do céu e, com um estrondo improvável, abriu uma cratera que engolira metade da cidade.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
É só teatro
Pra não dizer que não conhecia nada deles, lembro de ter visto uma matéria sobre eles na TV falando do show e da histeria das fãs. Histeria essa que pude comprovar ao vivo. O mais estranho não era nem o grau de devoção das fãs, era esse grau de devoção ser em Campina Grande. Ao que me consta a banda é de São Paulo, não toca no rádio, nem vai no Raul Gil. Eles têm Fã-clube em Campina, pensei, abobalhado. Pois é, quem ainda duvida do poder da Internet hoje está mais por fora do que talo de macaxeira.
Mas vamos ao show. De cara, uma má impressão. Sempre entre uma música e outra o vocalista com a cara pintada intercalava um textinho, um apêndice pra lá de ensaiado. Foi num desses que ele soltou “nosso site é .mus.br, não é ponto com, porquê com é comércio e o que a gente faz é música”. Aham. Meses atrás, a banda fez um show em João Pessoa cobrando 40 reais inteira e 20, estudante.
Felizmente não choveu, a Praça da Bandeira lotada. Lá no meio, eu, a pessoa mais por fora do planeta, sem saber cantarolar um verso, e em volta, a gurizada cantando as músicas do Teatro Mágico em uníssono, como que numa igreja. Cartazes, coraçãozinho pintado do rosto, e palminhas nas horas certas. No mais, nada lá muito arrebatador, ou vai ver eu que tô ficando velho. Umas melodias de Rock Nacional (Engenheiros?), somadas a uma tentativa de abordagem poética (coisa que o Cordel do Fogo Encantado já fazia), com umas temáticas coração bem Los Hermanos. E ainda tinha um violino fazendo umas intervenções e dois malabaristas pendurados num cordão. Tudo isso envolto numa aura de teatro e circo, que tornam o espetáculo ainda mais "cultural” (argh), terno e cândido. Pra mim, não passam de uns Emos que chegaram à universidade.
Pode não ter me convencido, mas tenho que admitir que são bastante competentes no que fazem. Comunicam bem o que querem, geram empatia. Afinal, não seria a toa que alguém sairia de casa com faixa na cabeça e com coraçõezinhos pintados nas bochechas.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Um comentário
segunda-feira, 19 de maio de 2008
No século XIX
A partir desse momento, a sociedade imunda precipitou-se, como um único Narciso, para contemplar sua imagem trivial no metal. Uma loucura, um fanatismo extraordinário apoderou-se de todos esses novos adoradores do sol.
Ele falava da Fotografia. E isto porquê ele não conheceu os flogs, o Orkut, Photoshop, celular com câmera, etc, etc..
domingo, 30 de março de 2008
Deixa pra quem sabe
"O poeta é aquele que tira de onde não tem e bota onde não cabe." (Pinto de Monteiro)
Morada
Quando os homens chegaram , encontraram Dona Lourdes na cozinha, sentada à mesa. A idosa olhava para o quintal, indiferente às grossas rach...

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Somente em determinadas condições é que se pode perceber certas coisas, nem sempre construtivas. Por exemplo, como as novelas da TV Record s...
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