sábado, 24 de dezembro de 2005

Tudo indo


Enquanto eu chegava, tudo já estava indo
Desfazia-se plataforma, estrada a dentro
Indo, vai, se esvaindo
E ia-se rápido, sem me deixar aproveitar
O meu talvez último desembarque.

Passava por mim, acelerado, escondia-se
Na rapidez dos meus olhos, à minha chegada,
Camuflado nos tantos acenos de boas-vindas
Que não eram pra mim.

Se insinuou, e avançou em formação de ataque
E me deixou de pescoço virado e malas ainda
longe do chão.

"O que faz aí?", pensei, mas não disse
"Volte!", pois calado eu já retornava
Em busca do que não saíra
Do canto.

3 comentários:

Luís Venceslau disse...

hum.. essa poesia tá menos "poética" do que o costume. a perda de sonoridade eh sensivel. fico ateh me perguntando se nao poderia ser disposta em prosa...

O cítrico

Luís Venceslau disse...

Luís e o pé da sua palavra. heheh. Gostei. Lembrei daquele trocinho q escrevíamos dia desses.. esqueci completamente sobre o que era, só sei que tava ficando legal, mas não achei o arquivo aqui. tu ainda tem? Feliz Natal, Luô! =o)

Paula

Luís Venceslau disse...

Lembrei do filme "O Terminal", de Spielberg - por sinal muito bom.

Breno

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