quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
Urgência atrasada
Venha logo para casa, é urgente, foi o que conseguiu ouvir na ligação tumultuada. Coisa estranha, isso nunca havia acontecido, acabou indo. Ia a pouco mais de um quarteirão de casa quando percebeu sua rua coberta por um lixo limpo. Pedaços de fotos suas quando criança, cacos de eletrodomésticos, peças de roupas femininas, que loucura é essa? Viu de longe um filete de fumaça que nascia bem de onde estava sua casa. Lá também havia uma aglomeração de carros, de gente, sirenes. "Deve ter sido o botijão de gás", ouviu de alguém quando chegou.
É um troço bastante chato você chegar em casa e ver que ela não existe mais.
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20 comentários:
Urgência atrasada é um ótimo título! Ainda bem que isso nunca me ocorreu...
Zabella
Fazia tempo que eu não visitava o teu blog... Li tudo que ainda não havia visto e... PORRA, TU É FODA!! ;D Sabe aquelas coisas que a gente lê/assiste/escuta e que nos deixa perturbados pelo resto do dia?! Pois é, poucos são capazes de provocar isso. E você tá entrando pra essa turma!!
Destaco "O fardo" (a idéia da sorte como infortúnio!) e "Não vou mais sozinho ao cinema" (lindo, lindo, de tão besta que é!) :D
Fábio
Algumas lembranças, aniversário de um ano chegando...
É horrível quando td se desfaz, seja com fogo, chuva, vento,... ou mesmo com indiferença.
Mas o fim é sempre uma oportunidade de recomeço. Eu sei bem disso.
Xêro! 18h37min, mantidos os d+ comandos (os mesmos d um dia qq no mês d janeiro, às 18h13min. Acerte o relógio, viu?)
Michelle
É bastante chato mesmo. Mas acho que foi o ETA!
Mythus | Homepage
Me lembrou a queda das torres gêmeas. E inevitavelmente, alguns campinenses dizendo que um avião iria par lá. Abater o Edifício Palomo ou o Rique Center, só pode ser.
Dina
ontem meu vizinho foi ali no bessa, estacionou perto do banco do brasil e foi caminhar na praia.. voltou com a chave do carro na mão mas não tinha mais carro lá. =/
PauLa
err... sai na urina? =~
luciana | Homepage
eu achei q já tinha comentado aqui. Dessa vez não gostei do texto. Não há razão plausível pra o celular ter interferência e o personagem não entender direito a mensagem.
ailton
ja q o outro post rendeu uma discussao cinematografica, este tá igualzinho a uma cena de janela secreta, com johnny depp..
o cítrico | Homepage
Sinceramente, que comentário mais besta esse de Ailton... Parece que ele não é mesmo cliente da Claro.
Lilith
Ou da Oi, Lilith! // Caetano, eu acho que chato não é a melhor palavra pra descrever quem chega em casa e vê que ela não existe mais.
Breno
mas é um troço
PauLa
luiz, parabéns! Arte é mídia! No mais, tudo é muito menos plausível do que se imagina. Continue inventando!
há braços!
lau | Homepage
Luís! te devo parabéns, cara! mas esqueça a 001 não... ah, e esse post é ótemo!
Gio
discordo de ailton. a ligacao foi tumultuada pq a pessoa q ligou nao estava com os nervos no estado normal..
Laranja
continuo achando q não há explicação (fora a intenção "patética" do autor) para a ligação ter interferência. E o cara q ligou não estava nervoso pq não foi a casa dele q explodiu. Ele tava era feliz pq pimenta nos olhos dos outros é refresco! Outra coisa q não vou criticar (pq Luis é meu amigo e um poeta do caralho), mas só vou observar, é que a última frase, nos termos do silogismo da construção semântica, é falsa. É impossível alguém chegar em casa se a própria casa não existe mais.
ailton
leia-se o "patético" do coment anterior como um acontecimento do acaso para dar cabo de algo ou de algum personagem na narrativa, como nos ensinou carlos dowling
ailton
Em meio ao burburinho de carro de bombeiro (com sirene ligada), pessoas curiosas falando, comentando, vizinhos temerosos pelas suas próprias casas... Acho que isso já caracteriza suficientemente bem uma "ligação tumultuada", sem que o problema tivesse que ser necessariamente do celular... Inclusive porque em nenhum momento o autor fala que houve essa interferência da qual Ailton fala.
Lilith
Mais uma coisa: "o cara que ligou" pode perfeitamente ser a esposa do infeliz proprietário, uma vez que o texto menciona peças de roupas femininas entre o "lixo limpo" que cobria a rua. Claro, pode ser que a tal casa que já não há mais pertencesse a uma mulher... Pra que é mesmo essa conversa, hein?
Lilith
Ah, claro!... PURA IMPLICÂNCIA! Hehehe.
De Ailton com o texto e com o autor, e o estilo do autor... E minha com Ailton! Ou com os coments que ele faz.
Aliás, "silogismo da construção semântica", como diria uma amiga minha, meu ovo.
Lilith
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