2013 começou louco de lançamentos e até agora o ritmo continua. É tanta coisa ao
mesmo tempo que fica difícil acompanhar, a não ser que você tenha 17 anos e
muito otimismo na nova música (o que não é bem o caso). Pra delimitar melhor as
coisas, vamos pinçar três lançamentos recentes que acabaram coincidindo numa mesma
condição, talvez uma das mais interessantes para quem se mete a fazer qualquer tipo de arte: a
mudança. Mudar, mudar por mudar, mudar por necessidade, mudar naturalmente, tanto
faz, raramente dá pra saber pra onde essa mudança leva. Alguns passam a vida
fugindo da mudança, outros a transformam isso exatamente no mote da própria
vida (tipo Bowie, citado no título).
● Pra começar,
um caso recente de mudança meio mal fadada foi o do Camera Obscura. É com certo
desconforto que reconheço isso porquê é uma das minhas favoritas de um tal de
indie pop (ainda vou postar sobre) e lançou um disco que, se por um lado denota uma
mudança saudável, por outro parece ter abdicado de tudo de bom que sempre
fizeram. Por opção ou caminho natural? Difícil saber. O certo é que pra quem é
afeito à ternura, aos violões, um lance mais Twee, Girl Groups, um pop mais
escancarado, “Desire Lines” e suas ambiências espaçadas talvez não seja a
melhor das companhias. Mas ainda assim vale a tentativa.
● Saindo lá da Escócia e caindo aqui na nossa vizinha Natal, quem apareceu também com um disco cheio das mudanças foi o Talma & Gadelha. A diferença é que no caso deles funcionou demais. Em “Maiô” o pessoal aumentou as guitarras, a tensão, o peso, e até as letras partiram para temas mais abrangentes do que o do universo “a dois” de “Matando o amor”, o primeiro disco. De uma tacada, ampliaram o repertório, o leque de sonoridades, deram uma sujadinha, sem abandonar o universo que já é tão próprio deles, que é o do cantar junto, do pop com vitalidade e paixão. Direto no alvo.
● Saindo lá da Escócia e caindo aqui na nossa vizinha Natal, quem apareceu também com um disco cheio das mudanças foi o Talma & Gadelha. A diferença é que no caso deles funcionou demais. Em “Maiô” o pessoal aumentou as guitarras, a tensão, o peso, e até as letras partiram para temas mais abrangentes do que o do universo “a dois” de “Matando o amor”, o primeiro disco. De uma tacada, ampliaram o repertório, o leque de sonoridades, deram uma sujadinha, sem abandonar o universo que já é tão próprio deles, que é o do cantar junto, do pop com vitalidade e paixão. Direto no alvo.
● Mas quem chocou mesmo o Queens Of The Stone Age, e de um jeito positivo. Não que a banda estivesse acabada, eles não tem mais o que provar, mas a bem da verdade fazia um tempinho que eles não lançavam um disco daqueles, digamos, embasbacantes. Mudança de formação sempre é um negócio difícil de digerir, e eles passaram por muitas desde a consagração com “Songs for the Deaf” de 2002. Agora em 2013, depois de dois discos meio incertos, a banda de Josh Homme reaparece com “...Like a Clockwork” e de cara entra pra lista dos melhores do ano. Privilegiando os vocais, os climas, tudo bem dosado com os timbres bem próprios deles, o Queens acertou a mão com um álbum com um fôlego raro nos dias de hoje. Quem veio acompanhando os clipes lançados antes do disco foi vendo uma sucessão de canções brilhantes que reforçam o nome da banda entre os grandes da atualidade. Nem precisa dizer que é recomendabilissimo.