domingo, 12 de maio de 2013

O lado escuro do Rei


Quem vê este senhor cantando, todo seguro, sobre suas artimanhas no jogo do amor, obviamente pode pensar que se trata apenas de um cantor romântico (o maior deles) e só. Essa é uma meia-verdade. Isto porquê se nos voltarmos um pouco para o seu período mais notável, fim dos 60's-começo dos 70's, vamos perceber que em boa parte das suas músicas o eu-lírico está sempre se ferrando. Não se vê tanto aquele romantismo férreo, inabalável, escancarado, feito só de beleza e maravilhas. Com Roberto é (era) melaconlia pesada, sempre tem um choro, uma despedida, uma história que teve fim, e fracasso, fracasso, fracasso afinal, como diria Núbia Lafayette. Isso sem contar músicas onde ele aborda a rotina do cotidiano, a incapacidade de comunicação, a ausência de perspectivas, até, de forma corajosa, o acidente que lhe amputou uma das pernas na infância. Até nas capas dos discos fica nítido esse tom sombrio, que nada mais tinha da postura heróica e luminosa dos tempos da Jovem Guarda. O melhor é que, apesar de envolver esses temas que beiram o melodrama rasgado, as músicas desse período são ótimas e estão entre aquilo que ele fez de melhor na carreira. Abaixo, dez exemplos desse lado corta-pulsos do Rei: 

"As flores do jardim da nossa casa"

 

"De tanto amor"



"A cigana"


"O show já terminou"


"Você me pediu"


"Sonho lindo"




"Custe o que custar"




"E eu não vou deixar mais você tão só"



"Eu daria a minha vida"


"As canções que você fez pra mim"



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